EM BUSCA DA SUSTENTABILIDADE
Palestra proferida pelo Dr. Marcos Vilela em 23/Fev/10 na Fazenda Paiaguás (SLC) - Diamantino, MT.
A Bioaeronáutica é o ramo da ciência que estuda o uso dos aviões no manejo dos recursos biológicos da humanidade. Estudamos a Aviação Agrícola, a Aviação Sanitária e a Aviação de Combate a incêndios.
Foi criada no Canadá em 1969 com o objetivo de: aumentar a produção de grãos e fibras, preservar a saúde pública e combater os incêndios florestais.
Com o mínimo de contaminação do Meio Ambiente e o menor consumo de energia.
Nos últimos 10 anos, desenvolvemos o Centro Brasileiro de Bioaeronáutica (CBB), uma empresa privada dedicada exclusivamente à Bioaeronáutica, hoje atuando em oito países da America do Sul.
O desenvolvimento da agricultura moderna de alta tecnologia depende da sua sustentabilidade nos vários setores que a suportam. Um dos mais importantes pelo seu impacto direto no meio ambiente e na saúde pública é o Manejo dos Agrotóxicos.
Essa palestra trata do
MANEJO E DESCONTAMINAÇÃO DOS AGROTÓXICOS
A análise da
CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL POR RESÍDUOS DE LAVAGEM dos aviões agrícolas e pulverizadores, nos mostra um panorama nada agradável quando feita com base na legislação atual.
Essa contaminação é "Milhões" de vezes maior que a máxima permitida pela Resolução CONAMA No 357 de 17/03/05 e "Sua descarga no meio ambiente é crime ambiental inafiançável" pelo Decreto No 3179 de 21/09/99.
As caldas residuais dos equipamentos devem ser aplicadas na área tratada ou retiradas para reutilização na maior porcentagem possível e o restante descontaminado - Instrução Normativa No 2 de 3/1/2008 do MAPA. Isso não é prática rotineira.
A CONTAMINAÇÃO DAS CALDAS RESIDUAIS DOS EQUIPAMENTOS É MUITO GRANDE.
Pela Resolução CONAMA Nº 357 de 17/3/2005 o teor máximo permitido em águas doces (Classe 3) para Metil Parathion é 35 µg por litro e para Endossulfan é 0,22 ug por litro (159 vezes menor).
A quantidade de calda residual nas aeronaves agrícolas pequenas é de 15 litros. Após uma aplicação com volume de 10 litros por hectare, e com dosagem de 500 gramas de Principio Ativo por hectare sobram 750 gramas de Parathion em 15 litros ou 50 gramas (50.000.000 ug) por litro.
A relação entre a concentração da calda residual e a Permitida pelo CONAMA é = 50.000.000 / 35 = 1.428.000 UM MILHÃO E QUATROCENTAS MIL VEZES MAIOR QUE A PERMITIDA.
A situação atual é de total desconhecimento do problema e descaso com relação ao MANEJO E DESCONTAMINAÇÃO DOS RESÍDUOS DE LAVAGEM DOS EQUIPAMENTOS, pelos leigos e lamentavelmente também pelos administradores e técnicos.
Para agravar a situação AS CIDADES CRESCEM E ENVOLVEM OS AEROPORTOS e os resíduos altamente concentrados contaminam os efluentes dos rios que abastecem as cidades.
A CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS JÁ É UMA TRISTE REALIDADE. A água subterrânea contaminada já ameaça o "OESTE DE SÃO PAULO".
Contaminadas por "Nitrato", em futuro próximo podem representar risco para a população. Altos teores de Nitrato causam "metahemoglobinemia" denominada de "síndrome do bebê azul" que pode ser fatal.
A hemoglobina do sangue é transformada em metahemoglobina e não consegue transportar o Oxigênio dos pulmões para os tecidos provocando a morte dos bebês. www.sociedadesustentavel.com.br.
Estudos da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo mostraram que 96.900 km² (200 km x 500 km) do Aqüífero Bauru estão contaminados com Nitrato, um contaminante proveniente dos adubos e esgotos.
OS PRINCIPAIS FATORES NA CONTAMINAÇÃO POR AGROTÓXICOS SÃO:
1 - ENDODERIVA
2 - RESÍDUOS DE LAVAGEM.
ENDODERIVA - é a porcentagem dos Agrotóxicos que não atinge o alvo e se deposita no solo.
Aplicando com altos volumes em culturas anuais, cai no solo: 73% do produto no primeiro terço do desenvolvimento das culturas 41% do produto no segundo terço e 31% do produto no ultimo terço.
COMO REDUZIR A CONTAMINAÇÃO NA LAVOURA
Aplicando a neblina correta com veículo oleoso (Sistema BVO desenvolvido pelo CBB), aumenta o depósito na planta (duas a três vezes) e diminui o depósito no solo. (Antuniassi UNESP/ Fundação MT-2005)
COMO REDUZIR A CONTAMINAÇÃO NO PÁTIO DE LAVAGEM
Através de MANEJO DA CALDA RESIDUAL E DESCONTAMINAÇÃO DA ÁGUA DE LAVAGEM.
MANEJO - Para redução dos resíduos no lastro deve-se:
Alijar na lavoura, ou recolher no pátio de lavagem para reutilização.
Fazer pelo menos um enxágüe no equipamento e alijar na lavoura. As aeronaves modernas a Turbina já trazem um sistema de enxágüe para operação em vôo. O CBB está desenvolvendo um sistema de enxágüe para aeronaves a pistão, com comercialização prevista para 2010/2011.
Lavar com o menor volume de água possível
O Manejo Reduz em 94% os resíduos dos Agrotóxicos antes da lavagem. (Schroder 2003 - UF Pelotas)
DESCONTAMINAÇÃO - DA ÁGUA DE LAVAGEM
Através de um Processo de Oxidação Avançado(POA).
O OXIDANTE MAIS USADO NO MUNDO É O OZÔNIO (O3)
Ar seco + Descargas elétricas = Ozônio O2 2 (O) = 2 (O) + 2 O2 2 O3
O Ozônio é um gás agressivo e volátil usado há 117 anos (1893) em desinfecção e descontaminação.
Destrói por oxidação, Bactérias,Fungos, Matéria Orgânica e Moléculas Orgânicas Complexas.
O OXIDANTE MAIS EFICIENTE DO MUNDO É O OZÔNIO (O3)
3.000 VEZES MAIS OXIDANTE QUE O CLORO.
9 gramas de ozônio = 27 kilos de cloro ativo = 385 kilos de cloro comercial.
EM 4 HORAS 36 gramas de OZONIO = 3.465 KILOS DE CLORO COMERCIAL.
A ozonização é o único sistema disponível no Brasil . Temos mais de 30 conjuntos do CBB instalados sem problemas.
Mais de 5.000 cidades em todos os continentes tratam seus esgotos com O3.
O Ozônio oxida óleos, destrói benzeno e precipita substâncias solúveis.
Remove por oxidação o excesso de ferro, alumínio e manganês da água, sem aditivos químicos;
Remove cor, odor e sabor da água .Remove pesticidas. Remove detergentes e fenóis.
Decompõe compostos orgânicos, eliminando a turvação e mau cheiro;
Possui pH neutro
O OZÔNIO APRESENTA TAMBEM ALGUMAS DESVANTAGENS:
É UM GÁS VOLÁTIL NÃO PODE SER ARMAZENADO.
É AGRESSIVO PORISSO TODOS OS COMPONENTES DOS DESCONTAMINADORES TÊM QUE SER RESISTENTES A ELE, O QUE TORNA OS EQUIPAMENTOS CAROS.
NECESSITA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA AVANÇADA:
AS PESQUISAS SÃO CARAS ENVOLVENDO CENTENAS DE MICROANÁLISES
Não nada como um peixe, mas nada. Não voa como um pássaro, mas voa. Não corre como um cão, mas corre. É um grande oxidante, mas não é perfeito.
A maioria dos Agrotóxicos ele destrói 90 a 99,9%; Algumas moléculas apenas 40 a 50%, por isso necessitamos dos TANQUES DE SOLARIZAÇÃO, para hidrólise progressiva e decomposição direta pelos raios UV dos resíduos não descontaminados.
O TEMPO DE TRATAMENTO DEPENDE DE:
CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE OZÔNIO (gramas/hora).
CAPACIDADE DE DIFUSÃO DO O3 NA ÁGUA. Depende do desenho do descontaminador.
TIPOS E CONCENTRAÇÃO DOS PRODUTOS APLICADOS.
ÍNDICE DE DESATIVAÇÃO POR OZÔNIO (IDO). De cada produto aplicado.
VOLUME DA CALDA RESIDUAL DO TRATOR OU AVIÃO.
Atualmente a proposta mais lógica para o manejo e a descontaminação é o uso das Unidades de Manejo de Agrotóxicos UMAs nas quais todos os elementos contaminantes são armazenados, operados e descontaminados na mesma planta.
A UTILIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DAS UMAS É UM PASSO SIGNIFICATIVO EM BUSCA DA SUSTENTABILIDADE DA APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS NA AGRICULTURA BRASILEIRA.
1. Reservatório de água (150 m3)
2. Estação de abastecimento e lavagem dos caminhões
3. Estação de repasse e classificação de embalagens
4. Pátio de Lavagem dos pulverizadores terrestres
5. Lavanderia de EPI's com área de secagem
6. Almoxarifado
7. Vestiário, banheiros e chuveiros
8. Hangar das aeronaves
9. Abrigo dos tanques de combustível e óleo degomado
10. Estação de mistura e abastecimento das aeronaves
11. Pátio de lavagem das aeronaves
12. Reservatório de decantação
13. Descontaminador (CBB) a base de ozônio
14. Reservatório de hidrólise, solarização e evaporação